Os canabinóides são compostos orgânicos, que podem, por exemplo, ser produzidos pelas plantas, pelo nosso corpo e até de forma sintética. Comunicam diretamente com os recetores do nosso sistema endocanabinóide, sendo grandes aliados em mantê-lo e, consequentemente, a nós mais equilibrados e em harmonia.
A planta Cannabis tem mais de cem canabinóides no seu interior, o que a torna a planta mais abundante neste aspeto, mas não é a única. Na verdade, existem diversas variedades de plantas onde se podem encontrar, mesmo que em menor quantidade, canabinóides. A pimenta preta, Cacau Equinácea, Girassol, Trufa negra e Planta do chá são apenas alguns exemplos, dos que foram descobertos até agora.
Como é que os canabinóides afetam o nosso corpo?
Os recetores distribuídos por todo o nosso corpo, desde o cérebro, pele, órgãos digestivos, sistema imunitário e sistema nervoso, estão em alerta constante e vigiam os outros sistemas para garantir que o nosso corpo está em harmonia e equilíbrio. Se houver um desequilíbrio, como uma inflamação por exemplo, estes recetores podem intervir com ligeiras alterações que ajudam o corpo a voltar a um estado de equilíbrio. Os canabinóides podem contribuir para este equilíbrio, uma vez que são estes quem dão as indicações aos nossos recetores do que fazer, provocando diferentes alterações na mente e no corpo mediante as propriedades e efeitos de cada um.
É de salientar que, apesar da controvérsia em volta deste tema, já existem inúmeros estudos e relatos dos canabinóides sobre serem fortes aliados em diversos tratamentos, como por exemplo:
- Ansiedade
- Autismo
- Cancro
- Dependências químicas
- Depressão
- Diabetes
- Doença de Alzheimer
- Endometriose
- Insônia
- Doenças reumáticas
- Danos hepáticos
- Dor de cabeça e enxaqueca
- Doença de Crohn
- Epilepsia e convulsões
- Espasmos
- Esclerose Múltipla
- Esquizofrenia
- Fibromialgia
- Doença de Parkinson
- Obesidade
- Ataques e Transtorno do pânico
- Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
- Perturbação de stress pós-traumático(PSPP)
Tipos de canabinóides
Existem dois grupos principais na família dos canabinóides: fitocanabinoides e endocanabinóides. Cada canabinóide interage com os seus respetivos recetores e estes reconhecem apenas os respetivos canabinóides. Dessa forma, não provocam todos o mesmo efeito ou reação no nosso corpo.
Fitocanabinoides
Os fitocanabinoides (phyto = grego para “planta”) são os mais conhecidos da família, principalmente os derivados da planta canábis, e usa-se há centenas de anos para fins terapêuticos, espirituais e recreativos pela Humanidade.
THC (Tetrahydrocannabinol)
É um dos compostos mais abundantes na Cannabis e é conhecido principalmente pelos seus efeitos psicoativos. Além disso, usa-se como ansiolítico, anti-inflamatório, imunossupressor, antiviral, hipotensor, neuroprotetor, estimulador do apetite, redutor de sintomas de náusea e vómito, analgésico, sedativo, anticonvulsivo, antioxidante, no tratamento do glaucoma e no combate ao desenvolvimento de tumores.
CBD (Canabidiol)
Este composto, CBD, é tão abundante quanto o THC na planta, mas não é psicoativo e, por isso, não altera o nosso estado de consciência nem provoca euforia. Usa-se, por exemplo, como ansiolítico, imunossupressor, anti-inflamatório, neuroprotetor, sedativo, anticonvulsivo, antioxidante, antipsicótico, redutor de sintomas de náusea e vómito e no combate ao desenvolvimento de tumores
CBG (Cannabigerol)
O CBG responsável por desenvolver o CBD e o THC na planta, mas presente em quantidades muito reduzidas no final (cerca de 1%). Além disso, tem efeito anti inflamatório, anti convulsivo, sedativo, combate o desenvolvimento de tumores e reduz a pressão intraocular.
CBN (Canabinol)
O canabinóide CBN desenvolve-se quando o THC é exposto ao calor ou a uma maior quantidade de oxigénio; com o envelhecer da planta, o THC também vira CBN. É conhecido como sendo uma versão mais fraca do THC, contudo em grandes quantidades pode ter efeitos psicoativos mais ligeiros. Ainda não foi tão estudado como alguns dos outros canabinóides mas na sua lista de propriedades já conta com potencial anti-inflamatório, auxílio no sono, alívio da dor e algumas experiências mostraram que pode retardar o aparecimento de esclerose lateral amiotrófica.
CBC (Canabicromeno)
Este tem vindo a ser um dos compostos mais estudados pela medicina e tem propriedades fungicida e bactericida, características que nem o THC nem o CBD têm. Acima de tudo, apresentaram-se resultados do CBN como potencial sedativo, hipotensor, tratamento de acne, anti-inflamatório e forte capacidade de renovar células, o que o torna muito promissor para combater enxaquecas e tratamento de Alzheimer e a Demência.
Além disso, é muitas vezes usado juntamente com outros canabinóides para potenciar os efeitos, junção conhecida pelo termo “efeito de comitiva”.
Endocanabinóides
Os endocanabinóides (endo= grego para “dentro”), em contraste com os anteriores, produzem-se pelo nosso corpo e são caracterizados como moléculas sinalizadoras que trabalham para orientar e influenciar o sistema endocanabinóide. Produzem-se conforme necessário, por isso os seus níveis nunca são constantes.
AEA (Anandamida)
Também conhecida como “a molécula da felicidade”, a anandamida é a substância mais conhecida do sistema endocanabinoide pelo seu papel fundamental para o seu bom funcionamento e pela homeostase, sendo esta a capacidade do corpo humano que mantem todas as suas funções e sistemas em equilíbrio e harmonia. Atua junto aos receptores CB1 e CB2 e produz-se nas áreas do nosso cérebro responsáveis pela memória, processar pensamentos e controle dos movimentos. Dessa forma, faz com que intervenha em diversas funções como o apetite, memória, dor, humor, depressão e fertilidade.
É um neurotransmissor semelhante à serotonina, endorfina e dopamina, mas a sua capacidade de se conectar a ambos os receptores CB1 e CB2 do sistema endocanabinóide, permite-lhe desencadear muitas outras reações, nomeadamente ajudar a regular a dopamina, o transporte de moléculas de cálcio, influenciar funções motoras, percepção de dor e memória, ação anti inflamatória e vasodilatadora, relaxando veias e artérias e permitindo sua expansão. Além disso, também atua junto a recetores tipo 1 (VR1) ajudando na destruição de células cancerígenas.
2-AG (2-araquidonilglicerol)
Sabe-se que tal como o anterior, o endocanabinóide 2-AG também tem a capacidade ativar ambos os recetores CB1 e CB2, apesar de estar mais presente no primeiro. Ao contrário da Anandamida, que é bastante estudada e as suas respostas estão bem definidas em diversas funções do corpo, ainda poucos estudos existem sobre o envolvimento do 2-AG nessas mesmas respostas. No entanto, já se verificou a hipótese de que a facilitação da sinalização do 2-AG em áreas do cérebro que modulam o comportamento de defesa, promoverá efeitos tipo ansiolítico e anti-aversivo.
Em conclusão, vale reforçar o potencial dos canabinóides para ocuparem um lugar de destaque no futuro da medicina. Apresenta, portanto, uma solução para pessoas com os canabinóides encontraram respostas que lhes pareciam impossíveis. Felizmente, são cada vez mais os relatos e resultados a apontar nessa direção. Acima de tudo, o importante e gratificante para nós, CBWEED, fazermos orgulhosamente parte deste processo; e podendo, felizmente, contar com inúmeros destes casos de sucesso entre os nossos clientes.
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